ATENÇÃO: essa resenha é sobre a SÉRIE DE STREAMING, podendo conter situações diferentes no quadrinho. Este texto pode conter SPOILER, e se você ainda não assistiu, corra pra assistir e volte aqui para ler o que achamos e experimentar esse cenário nos RPG’s.
Este mês a Netflix lançou a segunda temporada de The Umbrella Academy, a série inspirada no quadrinho homônimo criado por Gerard Way e o quadrinista brasileiro Gabriel Bá e publicada pela Dark Horse Comics. The Umbrella Academy é uma série sobre irmãos super-heróis um pouco diferente do que estamos acostumados, não tão heroicos e cheios de problemas pessoais e/ou traumas, mas o novo tipo de heróis que está chegando para a nova geração.
Em resumo, várias crianças nascem em 1989 de maneira misteriosa e completamente incomum (mulheres que não estavam grávidas no início do dia, terminam ele com um bebê no colo, pois é, gravidez a jato!). Elas possuem habilidades especiais diferentes, e um excêntrico milionário adota 7 delas para treiná-las a lutar contra o crime. Diante de uma história tão singular não podíamos perder a oportunidade de resenhar sobre a série e agraciar vocês com as fichas dos irmãos Hargreeves para quem quiser explorar esses personagens no RPG, então que comece o show.
E como foi a esta temporada? Para mim, ela foi mais empolgante e melhor que a primeira. Quando ouvi falar da série, eu quis assistir por causa dos personagens terem super poderes (quem não curte?) e porque eu conhecia o criador como o cantor da banda My Chemical Romance, além de ter a atriz Ellen Page, que eu lembro muito como a Lince Negra dos X-men (sou bem nostálgica).
Só que quando comecei a ver a série, eu achei muito diferente do perfil de heróis que eu estava acostumada. Esse agora parece ser um novo estilo que está iniciando nesse cenário, os heróis não são aqueles que conseguem fazer tudo que precisam, que sabem exatamente o que estão fazendo, heróis dedicados à sua causa. Na verdade, eles são bem desarticulados, e isso é um grande choque para quem está acostumado com a figura mais heroica.
Esse aspecto fica bem evidente na primeira temporada quando os irmãos não se importam muito com o fim do mundo iminente relatado por Cinco. Eles estão mais preocupados com os problemas pessoais deles, que limitam suas características de super-heróis, e fazem com que simplesmente desistam de salvar o mundo por um bom tempo (exceto pelo personagem Cinco, o que é até compreensível, visto que ele é um velho no corpo de um garoto). Muitas vezes eles podem ser vistos com pouca maturidade e psicologicamente quebrados pelos traumas da infância.
Também senti que a segunda temporada acertou mais no ritmo - já que na primeira não fluiu muito bem, fazendo com que muitos episódios fossem mais parados pela falta de ritmo e tom. Aqui os trilhos correm mais rápido. Quando assisti a primeira temporada, demorei um pouco mais do tempo que eu levo para assistir séries, principalmente por conta dessa falta de fluxo na história. No entanto, nesta segunda terminei em três dias. O primeiro episódio já prendeu minha atenção quando vi eles chegando na década de 1960 espalhados em um período de três anos.
Interessante ver como cada um iria se virar ali, com os problemas da época e os seus próprios. Alisson por exemplo, logo de cara experiencia o racismo da década de 60. Cada irmão teve que se virar com o que tinha, as oportunidades que eram dadas, e principalmente com suas próprias personalidades para poderem se encaixar no tempo que caíram. O mais interessante é ver a personalidade de cada irmão espelhando suas “soluções”.
Enquanto Alisson logo se engajou em lutas políticas pela igualdade, Klaus se tornou o líder de um culto pacifista (pense naqueles clichês hippies mesmo), muito comuns para a época, e pensando em como conhecemos o Klaus, faz muito sentido ele ter se encaixado assim. Luther se tornou um guarda-costas de um gangster e lutador nas horas vagas (força bruta ne?), Diego acabou num sanatório por tentar alertar sobre o assassinato de Kennedy e Vanya, pela falta de memória (ela sofre um acidente assim que chega no passado), foi viver numa fazenda de forma pacífica. O lugar que cada um parou, refletiu muitas coisas das personalidades deles mesmo, ou os próprios problemas pessoais que cada um convive.
O comportamento e traumas de alguns dos irmãos ficou mais evidente também. O que ficou mais destacado foi com o Diego e seu complexo de super-herói. Fica mais claro ainda como os membros da Umbrella são tão quebrados emocionalmente pelo pai. Uma das cenas que mostra isso, é o momento do jantar que todos os irmãos são convidados por Reginald Hargreeves e umas discussões calorosas acontecem arrancando lágrimas e relembrando frustrações entre os irmãos.
Vale observar também a inocência do próprio Luther, que é um brutamontes, mas de certa forma bem ingênuo e sem muito espírito de liderança, apesar de ser o “Número Um” e pensarmos que ele seria o líder do grupo na primeira temporada (papel que ficou basicamente para o Cinco).
Apesar disso, mantemos o problema de alguns irmãos terem suas participações mais bem trabalhadas que outros, como o número Cinco, Klaus e podemos observar mais sobre o próprio Ben. O Luther no entanto ficou mais apagado nessa.
Contudo, alguns fatos me incomodaram, como Alisson esquecer a filha dela que ficou para trás e isso ser pouco explorado em seu emocional: ela parece ter superado isso facilmente em menos de um ano.
Também tivemos novos personagens, alguns divertidos e que deram um ritmo descontraído para as cenas, como o Elliot que abriga os irmãos em sua casa, são momentos engraçadas em sua maioria. A personagem Lila também fluiu com facilidade, sem precisar forçar sua aceitação, ela é bem carismática e você se acostuma.
Os suecos, no entanto, ficaram bem apagados, não é explorado nada da história deles, além do fato de serem assassinos trigêmeos, e para completar, eles não falam muito. Acaba dando a impressão de que estão ali apenas como contraponto mesmo, só para ter pancadaria. Toda essa mistura, faz com que os trigêmeos se tornem personagens um tanto quanto vazios.
Foi mostrado mais sobre o próprio Reginald Hargreeves, outros ângulos dele como pessoa e, para quem não acompanha os quadrinhos, revelando uma parte da origem do pai dos integrantes da Umbrella Academy, como um alienígena disfarçado.
Agora vamos falar da viagem no tempo (não poderia faltar, quem não gosta de problemas temporais?)! Esta temporada mexe com eventos reais, como a guerra do Vietnã e o assassinato de JFK, e o que poderia ter acontecido a esses eventos em outras circunstâncias. Enquanto a viagem no tempo na primeira temporada, é para um futuro pós-apocalíptico, onde o Cinco tenta depois descobrir o que causou o fim do mundo, eu gostei muito de como foi abordado a nova viagem tanto por conta dos eventos reais, mas acredito que o ritmo que as coisas aconteceram também foi diferente, já que na primeira eram eventos que não estavam em nossa linha do tempo real (pelo menos que saibamos).
O problema nas duas linhas temporais, no entanto, segue o mesmo: o fim do mundo que inicia por um acidente envolvendo a Vanya. Com as viagens no tempo, no meio da temporada, também pensei se estariam caindo em um Paradoxo de Bootstrap (já viu Dark?).
Sobre a trilha sonora, particularmente achei que está incrível, tanto encaixando bem nas cenas de ação, quanto colocando um ritmo para cenas sem lutas. Como por exemplo, a música Sunny, de Boney M., que foi usada muito bem para mostrar Klaus se tornando o líder do culto. Ou Right Back Where We Started From, de Maxine Nightingale, que toca para mostrar a chegada dos irmãos no passado, mesmo sendo um momento desesperador para eles, por estarem sozinhos sem saber se mais algum está vivo, a música encaixou e colocou um clima interessante para o momento. Ou uma das minhas favoritas quando toca Bad Guy enquanto Cinco e Lila lutam. E I’m A Man quando Cinco invade a reunião e mata os diretores. Também tem músicas do próprio Gerad Way, e alguns sucessos clássicos como Everybody, dos Backstreet Boys (quem nunca dançou?) e I Was Made For Lovin’You do querido Kiss. Não precisa dizer mais nada né? Dá vontade de dançar em muitas cenas enquanto assistimos à temporada, e para quem quer dançar, a playlist oficial tanto da primeira quanto da segunda está disponível no Spotify (eu já salvei para mim).
Sobre o final da série, uma teoria que tenho sobre a Sparrow Academy, é que ela tenha surgido por conta das coisas que eles contaram para o Reginald Hargreeves, pois ele sacou que ele morreu e que uma das crianças adotadas morreu. E acredito que o conhecimento que ele adquiriu do futuro fez com que ele mudasse algumas coisas dessa linha do tempo. E sendo ele um homem prático e nada emotivo ou apegado, e então conhecendo os seis filhos dele no passado, tão fracassados para os propósitos que o Hargreeves queria, acredito que ele tenha feito as coisas de forma diferente. Outro fato que aponta para isso se encontra quando os irmãos voltam para 2019 e encontram as coisas diferentes, Hargreeves aparece e fala que sabia que eles chegariam ali cedo ou tarde.
E você, o que achou da série? Ansioso para uma continuação? Enquanto esperamos uma confirmação da terceira temporada, aproveite essas fichas dos irmãos para saber como seria viver na pele deles...
Por Yuji "Meio-elfo" (3D&T Alpha)
Para as fichas em 3D&T Alpha dos Irmãos Hargreeves, usei o Manual 3D&T Alpha e o suplemento Mega City (capítulos Super Mega City, Torneio das Sombras e Mega City Contra-ataca).
A vantagem Superpoder permite que o personagem use uma magia específica, pelo custo normal em Pontos de Magia, mas sem precisar atender às exigências da mesma (como ter Magia Branca, Negra ou Elemental). O custo é de 1 ponto para magias que consumam até 5 PMs, 2 pontos para até 20 PMs e 3 pontos para magias gastem PMs permanentemente (como Desejo) ou mais de 20 PMs (como Mata-dragão).
Por Marcus Mauro (Savage Worlds)
Nesta mini adaptação, aplicamos uma nova regra de ambientação para cenários Supers: Sem Limites de Poder. Além disso, todos os poderes e regras utilizadas usam o Compêndio de Superpoderes de Savage Worlds fazendo as devidas conversões para o SWADE (Savage Worlds Edição Aventura). Por fim, também trazemos um novo poder e o equipamento heróico "maleta", objeto recorrente na série.
Sem Limites de Poder
Nesta regra os personagens, em sua criação podem dedicar o tanto de pontos de poder na criação do personagem, normalmente esta regra pode ser aplicada a cenários que os personagens têm um único poder principal que vai ser mais explorado que outros, como X-men ou Jojo's Bizarre Adventure. Isto também significa que a vantagem O Maioral Chegou passa a ser inutilizada.
Caso sobre alguns pontos do que você não pode dedicar ao poder, eles se mantêm guardados como nas regras descritas no Compêndio de Superpoderes para Savage Worlds
Novo Poder Super – Viajar no Tempo (5/7/10)
Manifestação: Dispositivos eletrônicos, magia, energias cósmicas, capacidade inata.
O Herói ou vilão é capaz de viajar no tempo por dias, meses ou anos da forma exata como desejar. Não é simples, e sempre é muito perigoso, as vezes é tão experimental que o portador desta habilidade prefere mantê-la como um último recurso. Para cada vez que o personagem comprar este poder, ele vai ter acesso a um tipo de forma de viagem no tempo: 5 para viajar durante no máximo 10 dias, 7 o personagem viaja por no máximo um ano, 10 para viajar no máximo 100 anos. Para o personagem fazer a sua viagem no tempo ele precisa realizar um teste de Vigor. Independente do sucesso o personagem paga um custo em ganho de fadiga representando o grau de concentração do personagem diante as suas pretensões: para dias o personagem recebe 1 de fadiga, para meses o personagem recebe 2 de fadiga, e para anos ele recebe 3 de fadiga e fica exausto (viagem seguidas acumulam fadiga). Por fim, viagem por meses tem uma penalidade de -2 no teste de vigor e por anos a penalidade é de -4. As consequências de uma falha crítica ficam a critério do mestre.
Modificadores:
- Mais Passageiros (1/ por passageiro): Para cada ponto de poder gasto neste modificador, o Super pode transporta um passageiro
- Ações Extras (3/por ação): para cada 3 pontos gastos neste modificar o viajante pode fazer uma ação extra diferente sem penalidades de múltiplas ações. Isso reflete a capacidade do Super parar o tempo e realizar suas ações.
- Refazer o tempo (5): Uma vez por sessão o Super pode fazer um gasto de um bene para refazer uma rodada a partir da última ação deste super.
Novo equipamento Super - Maleta
A Maleta é o item chave das atividades temporais da Comissão. Apesar do tamanho incomodo e a fragilidade de uma mala de viagem, ela é leve e muito precisa em suas funções. O usuário antes de tudo precisa ser treinado como um funcionário da Comissão para entender as funcionalidades do aparelho, do contrário será exigido um teste de Eletrônica para o usuário. Quando corretamente usada, a Maleta permite ao usuário viajar para qualquer tempo e hora que desejar. Apesar de sua grande funcionalidade, a maleta só pode transportar o usuário, não mais que isso. Algumas versões mais experimentais permitem a viagem de até 3 usuários.
Daniel Bandeira em "Cartas na Mesa – As Famigeradas Mesas Pagas"
Mike Wevanne em "Mas Peraí… O que é Wiseguys - The Savage Guide to Organized Crime?"
Marcus Mauro em "Adaptação - Hotline Miami • Savage Worlds"
Elfowo em "Adaptação - Hotline Miami • Savage Worlds"