Apresentando… Race for the Galaxy

RACE FOR THE GALAXY

Idade recomendada12 anos
Duração60 minutos
Número de jogadores2 a 4 jogadores
Equipe criativaMartin Hoffmann, Mirko Suzuki, Claus Stephan
EditoraGalápagos Jogos / Rio Grande Games
Ranking Ludopedia104º lugar (nota 8,2)

Quando falamos de card games no mundo dos boardgames, logo associamos a algo simples e prático, que podemos chamar rapidamente nossos amigos sem fazer um longo e chato setup para podermos jogar. De forma geral, o card game é bem mais simplificado, com todo o entendimento das regras ao nosso alcance tanto num folheto de regras quanto no conteúdo das cartas. Race for the Galaxy discorda desta metodologia...

Race for the Galaxy, também conhecido como Race ou RftG, é um card game de civilização. Os jogadores irão, com suas cartas, montar sua civilização galáctica e assim, criar estratégias para torná-la a mais poderosa entre as outras. O propósito do card game parece bem simples, o que de fato é, no entanto, sua mecânica é bem densa.

A partida se desenvolve da seguinte forma: as cartas de planetas iniciais são embaralhadas e distribuídas aos jogadores, junto com seus baralhos de ação. Depois disso os jogadores recebem uma mão com 6 cartas, as quais eles devem selecionar 4 para ficarem em sua mão, as outras serão descartadas. As outras cartas de planeta inicial que não foram escolhidas voltam para o baralho, enquanto que as selecionadas ficam num espaço em frente ao jogador que a selecionou.

Com o baralho de ações, os jogadores selecionam cartas e as posicionam em fileira voltadas pra baixo. Quando todas elas forem selecionadas, os jogadores as revelam e as posicionam na ordem indicada, de 1 a 5. As ações são:
• I Descoberta. Permite o jogador olhar um número específico de cartas e escolher com quais ficará;
• II Desenvolvimento. Permite o jogador baixar cartas de desenvolvimento pagando o custo delas em cartas;
• III Colonização. Permite os jogadores comprarem planetas ou mesmo dominá-los com sua força militar;

• IV Consumo. Permite o jogador consumir a matéria produzida dos planetas que possui
• V Produção. Faz com que todos os planetas com a cor interna produzam um tipo de matéria.
Todos os jogadores fazem as ações que foram jogadas, no entanto aquele que selecionou a carta com ação faz com um bônus indicado na carta, como pagar um custo menor com a ação de desenvolvimento ou comprar uma carta caso baixe um planeta na fase de colonização. Se houver ações repetidas na rodada, elas só serão feitas uma vez, no entanto os jogadores que lançaram as cartas faram elas com bônus.

Os jogadores devem se familiarizar com dois tipos de cartas: as cartas de planetas, identificadas pelo círculo no canto superior esquerdo, esses que podem vim com uma cor preta ou vermelha; e as cartas de desenvolvimento, com um formato de losango. Um detalhe a se notar é o número dentro do círculo ou losango, que indica o valor de custo em cartas que o jogador deve descartar para baixar essa carta. Além disso todas as cartas têm um hexágono indicando o valor de pontos de vitória que serão contados no fim do jogo.

Cartas de planetas, como falado antes, tem dois tipos cores na linha: s pretas são planetas colonizáveis, pagando normalmente o valor em cartas; as com vermelhas são planetas militares, o jogador só poderá baixa-los se seu poder militar for maior ou igual ao do planeta que deseja baixar, valor esse que o jogador tem somando os valores de poder militar das cartas que já baixou, desta forma ele faz descarte.

Os planetas também podem ter cores referentes às matéria que produzem ou que podem ser exploradas. Quando a cor está dentro do círculo, indica que ele é um planeta produtor, que durante a fase de ação de produzir, este planeta produz um bem referente ao que indica a sua carta, enquanto que, se tiver uma espécie de “aura” é por que aquele planeta é explorável e imediatamente recebe uma carta de bem, enquanto que planetas produtores só recebem esta carta na fase de produção.

Os bens servem para a ação de consumo, que dependendo o planeta ou desenvolvimento pode garantir um bônus ou pontos de vitória consumindo/ descartando as cartas de bens. Dependendo do tipo de consumo escolhido pelo jogador, ele terá como ação bônus, vender seus bens, ou na fase de consumo, duplicar os pontos de vitória.

As partidas duram em média de 30 a 45 minutos, e existem duas formas de concluir a partida. Baixando 12 planetas excluindo o inicial ou ganhando o número limitado de pontos reservados para o jogador. Atendendo uma destas condições, é feita uma rodada final e logo após, a contagem de pontos.

Race é um jogo complexo, mas que promove uma série de estratégias em várias partidas sequenciadas. Muitos dizem que ele ainda é um dos jogos que mais tem custo benefício. Ele possui uma caixa com um conteúdo bem enxuto: manual, as cartas, playmat para 4 jogadores e os marcadores de pontos de vitória. Muito embora o jogo trabalhe fortemente com comércio e com objetos de troca, os únicos marcadores são os pontos de vitória, enquanto que estas mecânicas comerciais são todas resolvidas com descartes e acúmulo de cartas viradas pra baixo. O que querendo ou não serve de estratégias para atrasar ou adiantar a progressão dos outros jogadores, afinal todos os descartes também são virados pra baixo. As cartas têm uma moldura de um visual espacial de época, isso somado a direção de arte que também parece meio datada para algumas cartas, pode dar um ar cômico e distinto, por outro lado nem todos os jogadores vão se agradar com o visual pitoresco das cartas, ainda mais com seus ícones que devemos nos acostumar.

No entanto, como vimos na breve explicação das regras, Race pode ter problemas, dependendo do público. Devemos considerar uma coisa: ele não é um jogo para novatos no hobby. Possui uma iconografia meio complexa que exige mais partidas para que os jogadores desenvolvam uma afinidade. O playmat não oferece a ajuda necessária para jogar uma partida pela primeira vez.

Muito disso se dá por ser um jogo relativamente antigo, de 2007, possuindo uma mecânica complexa e uma certa falta de tato para com os jogadores. O manual por exemplo, tem um tamanho incomum para um card game, possuindo cerca de 20 páginas e as vezes tendo a necessidade de ser relido para entender as regras. Além disso, como citado antes, o jogo possui um visual do meio dos anos 2000 que talvez os jogadores mais novos não se atraiam.

O alerta não é exatamente sobre a mecânica ou seu visual, o jogo em si se sustenta muito bem, com uma mecânica muito bem amarrada e se desenvolvendo com facilidade quando os jogadores dominam o jogo, fazendo ser um card game “maquininha de pontos”. A crítica fundamental se dá pela forma como as regras são abordadas, que não são nada amigáveis, se o jogador não se sentar e estudar as regras pode se sentir intimidado, como já ocorreu em algumas ocasiões em que o jogo viu mesa. Race é um jogo incrível em mesa, mas sua abordagem de regras ficou presa na época em que foi lançado.

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